Há alguns meses, atendi um cliente cheio de expectativas. Verba aprovada, time motivado, promessas de eficiência e inovação.
Tudo parecia pronto — menos o essencial.
Não havia processos bem definidos.
Cada time operava de um jeito. Os dados estavam espalhados entre planilhas, e-mails e anotações em cadernos. A operação era uma coleção de exceções, não de regras.
Três meses depois, o projeto foi encerrado.
Não por falta de esforço. Mas porque, sem processos claros, nenhuma IA é aderente.
E isso me fez pensar: quantas empresas estão apostando alto em tecnologia sem ter o mínimo de estrutura para sustentá-la?
É como instalar placas solares num prédio sem fiação elétrica.
A luz até chega — mas não tem por onde passar.
Segundo o MIT Sloan Management Review, apenas 11% das empresas que investem em IA afirmam ter alcançado retorno financeiro significativo.
Sabe o que elas têm em comum? Processos sólidos, dados confiáveis e operações maduras.
Agora, vamos ao ponto central:
O que significa ter processos mal definidos?
Papéis e responsabilidades ambíguos: ninguém sabe exatamente quem faz o quê.
Decisões centralizadas em pessoas, não em fluxos.
Falta de documentação: cada tarefa é feita de forma diferente, dependendo de quem executa.
Dados desconectados: um pedaço está na planilha, outro na cabeça de alguém.
Zero indicadores claros: não há métrica que diga se estamos indo bem ou mal.
Nesse cenário, colocar IA é como colocar um motor de Fórmula 1 num carro sem volante.
O resultado? Um baita esforço, um gasto enorme — e nenhum avanço real.
Então, o que fazer antes de investir em IA?
Comece se perguntando:
Seu processo de vendas tem começo, meio e fim bem definidos?
Sua equipe consegue treinar alguém novo sem depender de “intuição”?
Seus dados estão limpos, organizados e acessíveis?
As decisões são baseadas em informação ou em improviso?
Se a maioria das respostas for “não”, o melhor investimento agora não é em IA.
É em clareza, estrutura e consistência.
Porque IA bem aplicada potencializa o que já está funcionando.
Mas quando aplicada no caos, ela só acelera o colapso.
Tecnologia não é solução mágica. É amplificadora.
E se o que ela amplifica é a desorganização… o final do projeto você já conhece.
Agora eu quero ouvir você:
Você já viu ou viveu um projeto que fracassou porque os processos estavam mal definidos?
Ou já teve que recuar numa estratégia de IA por perceber que a casa ainda não estava em ordem?
Compartilha aqui nos comentários. Vamos transformar nossas histórias em aprendizados coletivos.
Afinal, nem toda inovação começa com código. Muitas vezes, ela começa com papel, lápis — e um bom mapeamento de processos.
Jessé Freitas – COO | CTO | Especialista em Automações e Inteligência Artificial | Arquiteto de Agentes de IA | Estratégia & Inovação Tecnológica | Mediador, Conciliador & Mentor | Conselheiro do PUC angels